Um Blog dedicado a Germano José de Amorim, notável Jurista, Jornalista e Político Português, que se definia a si mesmo como Republicano, Laico e Livre Pensador.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

O CARTÃO QUE GERMANO AMORIM NÃO PASSOU A BARRETO


Cartão oferecido por Bissaya Barreto a Germano Amorim, quando eram colegas e companheiros de lutas na Universidade de Coimbra, fazendo parte da geração de estudantes da Greve Académica de 1907. Bissaya Barreto frequentava, na altura, o 1.º ano da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra.
Em Coimbra, Bissaya Barreto enquanto estudante, foi um republicano convicto. Com Germano Amorim, pertenceu, quando frequentava o 4.º ano de Medicina, ao comité civil da organização carbonária autónoma de Coimbra, "Carbonária Portugália", em Janeiro de 1910. Ao mesmo tempo, faz parte, em Coimbra, da loja maçónica Revolta (aliás, como todos os do comité de estudantes da Carbonária Portugália).
Participou, como delegado, no Congresso do Partido Republicano, realizado em Coimbra.
Após o golpe de Estado de 28 de Maio de 1926, Bissaya Barreto aderiu à União Nacional. O médico cultivou ao longo da vida uma longa e estreita amizade com António de Oliveira Salazar. Essa adesão e amizade, levou a que Germano Amorim se afastasse do seu antigo colega de lutas progressitas.
A nível político, Germano Amorim fez aquilo que se impunha, sendo posteriormente, destacado apoiante de Honra das candidaturas de Norton de Matos e de Humberto Delgado.

Com efeito, a obra de Bissaya Barreto conciliava elementos adversos, uns de inspiração modernista, como o seu excelente trabalho na medicina, outros de contornos fascistas, reflectindo o seu compromisso político com o reformismo autoritário, corporativista e ditatorial, que atingiu seu completo desenvolvimento teórico e prático na Itália Fascista, ajudando portanto, ao estabelecer de uma imensa quantidade de leis e organizações inspiradas do ideário corporativista, que conduziu o país ao isolamento, à polícia política, à violência, à censura, à ausência de liberdades públicas, ao atraso e miséria, e por último, à guerra. Existia a par de tudo isso, corrupção, (e de que maneira, abafada pela censura), nepotismo, muita pobreza, ignorância e isolamento arrogante.

Vivia-se então na ditadura salazarenta, a que o autor deste blog recusa dar o nome de segunda República.
"A Segunda República é esta em que vivemos depois do 25 de Abril, porque os princípios Republicanos essenciais são o princípio da supremacia de um parlamento legitimado pela vontade popular como órgão decisivo da organização do poder do Estado, sendo o outro princípio essencial, o princípio da limitação dos mandatos.”

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